Nos últimos dias têm sido veiculados através da Comunicação Social, de alguma pelo menos, que daqui em diante, o piropo seria crime, punível com até três anos de prisão, por consequência da alteração do Código Penal.
Esta manobra fácil de tentar vender notícias em vez de verdadeiramente informar, é mais um exemplo claro do estado da nossa Comunicação Social.
Do tradicional "com o que é preciso não se preocupam eles" ou "se roubarem milhões nada acontece, mas mandar um piropo já é grave", muitas têm sido as barbaridades que tenho lido sobre esta "notícia".
No mínimo aconselho a leitura do agora famoso artigo 170 do Código Penal e, todos irão perceber, que não se trata de uma penalização do piropo por si só.
Perturbar alguém com propostas de teor sexual, é sim, penalizado com pena de prisão, sendo a mesma agravada se tal ato for praticado com menor, à luz do mesmo código.
Só num país demasiado pequenino, ou com mentes demasiado pequenas, é que esta alteração legislativa causa tamanha indignação. Só em Portugal, é que ouvimos falar do piropo, como pormenor cultural, sendo por alguns, matéria a indicar como "Património Imaterial da Humanidade" .
Felizmente, foi também neste nosso cantinho à beira mar plantado, que alguém, de boa-fé, resolveu legislar para que, centenas de pessoas possam ter protecção legal, quando do alto de um prédio, da cabine de um camião, ou do outro lado da rua, alguém os importunar com comentários menos felizes.
Contudo, é neste mesmo código, que encontramos a corrupção, a participação económica em negócio etc. etc. e etc.
A Lei não basta existir, tem, acima de tudo que ser cumprida e ser feita cumprir.
Patriota? Não, só português. Nasci português como nasci louro e de olhos azuis. Se nasci para falar, tenho que falar. (Alberto Caeiro)
29 de dezembro de 2015
18 de dezembro de 2015
Intervenção 17/12/2015 - Assembleia de Freguesia de Milheirós
Sr.
Presidente da Assembleia de Freguesia;
Srs.
Secretários da Mesa da Assembleia;
Sr.
Presidente da Junta de Freguesia;
Srs.
Membros do Executivo;
Sras.
e Srs. Membros da Assembleia de Freguesia;
Em
sessões passadas desta nossa Assembleia, tenho procurado sempre intervir no
Período de Antes da Ordem do Dia. Tenho-o feito por diversas razões, sendo a
primeira, e para mim mais importante, o sentimento de dever a cumprir para com
os milheiroenses. Sejam muitos, ou poucos, seja a sessão a uma terça ou a uma sexta-feira,
sejam eles partidários ou apartidários, aqueles quem fazem o favor de dispor de
um pouco do seu tempo para assistir às nossas sessões, merecem que, de nossa
parte, exista o compromisso de, para além da defesa dos seus interesses, dizermos
aquilo que pensamos, sobre os mais variados temas da atualidade. O Período de
Antes da Ordem do Dia serve, para que qualquer um dos membros da Assembleia de
Freguesia de Milheirós, diga aquilo que pensa, sobre os assunstos que julguem
pertinentes, sejam eles da esfera da freguesia, do concelho, do distrito, do
país, da Europa, do mundo. Posto isto, como sabem também, tenho trazido à
discução neste período, momentos da política nacional, facto que tem, por
algumas vezes, motivo de alguma crítica por parte de quem, por desconhecimento
ou distração, ou por mero exercício de retórica, prefere que assuntos como a
política nacional, ou as eleições legislativas, não sejam assunto deste
período, conforme retrata sucintamente a ata da passada sessão a quando da
intervenção da Dra. Susana Pinheiro.
Enquanto
membro deste órgão, usarei sempre que entenda, o Período de Antes da Ordem do
Dia para, no exercício das minhas funções, trazer ao debate as temáticas que
julgue pertinentes, independentemente de toda e qualquer crítica.
Posto
isto, e após este ponto prévio, passo ao assunto principal que aqui me tráz,
hoje, sobre algo que nos diz respeito enquanto milheiroenses.
Sr.
Presidente,
Sras.
e Srs. Membros da Assembleia,
Como
sabem V.Exas., na passada semana, vários órgãos de comunicação social
nacionais, trouxeram a público, conforme é já um hábito, os denominados
“Rankigs” das escolas portuguesas.
No
ranking do Ensino Básico, elaborado pela para o Jornal “Diário de Notícias”,
aquele que aqui quero explorar com V. Exas., e para que seja mais fácil
compreender, são contabilizados os 8 exames com mais alunos inscritos: três do
12º ano (Português, Matemática A e História A). E cinco do 11º ano. (Biologia e
Geologia, Física e Química A, Geografia A, Filosofia e Matemática Aplicada às
Ciências Sociais). São apenas contabilizados os exames feitos na 1ª fase por
alunos que frequentaram a escola todo o ano.
Desta
feita, poderemos observar que, o Colégio Novo da Maia, sediado na nossa freguesia,
no que toca ao primeiro ciclo, se encontra classificado em 38º no Ranking, de
entre as mais de 4000 escolas. Se analisarmos os resultados das provas de 6º
ano, poderemos constatar que, o Colégio Novo da Maia, se qualifica no 15º
lugar, de entre as mais de 1000 escolas analisadas. Se analisarmos ainda o rankig do jornal
“Diário de Notícias”, onde os resultados nas outras categorias são idênticos,
poderemos ainda encontrar este colégio, em 16º lugar, nas escolas de Ensino
Secundário.
Quanto
ao ensino público, e procurando os dados da Escola Básica do Monte das Cruzes,
podemos constatar que a mesma se encontra classificada nos primeiros 1000
lugares (posição 957) do ranking nacional, de entre as 4173 escolas.
Estes
resultados devem, enquanto milheiroenses, deixar-nos a todos orgulhosos.
Independentemente
das escolas por mim descritas serem públicas ou privadas, estes resultados
espelham um pouco aquilo que é a realidade das escolas de todo o nosso concelho
foram que, em termos gerais, foram alcançando resultados satisfatórios nestes
rankings.
Este
facto traduz, sem margem para qualquer dúvida, aquela que tem sido aposta do
nosso concelho e da nossa freguesia nas crianças e na educação.
São
estes pormenores para que as pessoas olham quando querem decidir mudar a sua
vida e o local para onde vão viver e, educar e criar os seus filhos.
A
Maia, e Milheirós, são, também na educação, locais onde, são cada vez mais os
motivos para viver.
Dizia
Albert Einstei que a “distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma
ilusão teimosamente persiste”.
Nós,
enquanto autarcas, devemos teimosamente persistir em que o futuro das nossas
terras seja cada vez mais profíquo e, com estes dados de um setor chave como é
a educação, podemos acreditar que será.
Muito
Obrigado,
(Pedro Miguel Sousa Carvalho)
(Vogal)
10 de dezembro de 2015
Graffiti - A arte ou o crime?
Há anos, pelos ruas das nossas cidades, somos tristemente presenteados, e que me desculpe a comunidade graffiter, por verdadeiros atentados contra o nosso património. São inúmeras as paredes, muros, monumentos, caixas de telecomunicações, mobiliário urbano, por esse país fora, riscadas, avulsas vezes com sarrabiscos de sublime mau gosto, por este nosso país fora.
Nos últimos dias o graffiti, e a forma como o mesmo é feito, está na boca do mundo pelos piores motivos. Três jovens, perderam lamentavelmente a vida, no apeadeiro da Palmilheira em Águas Santas, enquanto "grafitavam" um comboio da CP que ali estava momentaneamente parado. Ao que parece, os jovens foram colhidos pelo comboio, quando (alegadamente) fugiam do revisor que, no exercício da sua profissão, tentava zelar, da forma que lhe pareceu mais conveniente, pela integridade de um bem, que, àquele momento, estava sob sua guarda.
Nunca, nos (poucos) anos de vida que tenho, me lembro de ter ouvido falar desta forma de arte, pelos melhores motivos, e hoje não é excepção.
O graffiti é, sem sombra de dúvida, uma arte. Os graffiters são, claro está artistas. Contudo, que me desculpe toda a comunidade apaixonada por esta forma de arte, pintar um comboio, cuja propriedade até nos pertence a todos, é, tão simplesmente crime, fazendo assim que aqueles que praticaram tal acto sejam criminosos.
O mesmo acontece quanto o fazem às nossas paredes e aos nossos monumentos. Escrever umas letras na escadaria da Câmara Municipal, fazer uns riscos no Gonçalo Mendes da Maia, não é arte, é crime e quem o faz é, pois claro está, criminoso. Pintar o muro do quintal da vizinha, com um desenho, por mais bonito que seja, não é arte, é crime, sendo o seu pintor, um criminoso.
Anualmente os agentes políticos e as empresas (como é o caso da CP), gastam centenas de milhares de euros a limpar estes vestígios de alegada arte. O graffiti, enquanto ato de vandalismo deverá ser, rapidamente, criminalizado.
À arte o que é arte, à justiça o que é crime.
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