António Capucho foi, sem qualquer
dúvida, um figura incontornável do partido e da política em Portugal. Ajudou Sá
Carneiro a fundar o PPD/PSD, foi Secretário-Geral Adjunto, Secretário-Geral,
Vice-Presidente, Deputado, Presidente do Grupo Parlamentar, Secretário de
Estado, Ministro, Coordenador do Grupo Europeu do PSD, Vice-Presidente do
Parlamento Europeu e Presidente de Câmara.
Na prática fez quase tudo, e na minha opinião, bem feito.
Hoje foi confirmada a expulsão deste
histórico do partido por parte do Conselho de Jurisdição Nacional, ao abrigo dos
estatutos e regulamentos do partido.
Enquanto militante e dirigente do
PSD e da JSD, estou frontalmente contra as recentes atitudes de António
Capucho, contudo, é inegável a sua dedicação a esta causa maior que é o nosso (e
seu também) PSD e é inegável também que merecia outro tratamento.
Hoje o PSD fica mais pobre, perde
um dos seus, mas é o que tem que ser.
Num partido plural como o PSD, é
natural discordarmos muitas vezes uns dos outros, é comum estarmos contra o
rumo que está a ser tomada e estarmos avulsas vezes em discordância com o
líder. Ser de um partido político não quer dizer que tenhamos que ser ovelhas
atrás de um pastor, e ir sempre atrás do rumo por ele seguido.
Não podemos num dia estar a favor
e no outro estar contra o PSD e, na minha opinião, apoiar uma lista contrária à
lista apoiada pelo partido da qual somos parte integrante, é sempre, estar
contra o partido, nem que tenhamos a maior razão do mundo.
Dizem os estatutos do partido,
que um dos deveres do militante é, e passo a citar “Ser leal ao Programa, Estatutos e directrizes do Partido, bem como aos
seus Regulamentos”. António Capucho, não o foi, e tenho muita pena disso.
António
Capucho deveria ter suspendido a sua militância, antes de integrar uma outra
candidatura.
Posto
isto, apenas uma conclusão:
Se
o partido tomou esta posição com António Capucho, deverá tomá-la também, com
todos os militantes que nas autárquicas passadas estiveram nas mesmas circunstâncias.
Espero
contudo, que num futuro próximo, António Capucho possa readmitido.
"Saber estar e romper a
tempo, correr os riscos da adesão e da renúncia, pôr a sinceridade das posições
acima dos interesses pessoais, isto é a política que vale a pena.”
Francisco Sá Carneiro
Que saibamos todos estar e romper
a tempo, sempre que for necessário
Sem comentários:
Enviar um comentário