12 de fevereiro de 2014

A expulsão de um fundador


António Capucho foi, sem qualquer dúvida, um figura incontornável do partido e da política em Portugal. Ajudou Sá Carneiro a fundar o PPD/PSD, foi Secretário-Geral Adjunto, Secretário-Geral, Vice-Presidente, Deputado, Presidente do Grupo Parlamentar, Secretário de Estado, Ministro, Coordenador do Grupo Europeu do PSD, Vice-Presidente do Parlamento Europeu e Presidente de Câmara.

Na prática fez quase tudo, e na minha opinião, bem feito.

Hoje foi confirmada a expulsão deste histórico do partido por parte do Conselho de Jurisdição Nacional, ao abrigo dos estatutos e regulamentos do partido.

Enquanto militante e dirigente do PSD e da JSD, estou frontalmente contra as recentes atitudes de António Capucho, contudo, é inegável a sua dedicação a esta causa maior que é o nosso (e seu também) PSD e é inegável também que merecia outro tratamento.

Hoje o PSD fica mais pobre, perde um dos seus, mas é o que tem que ser.

Num partido plural como o PSD, é natural discordarmos muitas vezes uns dos outros, é comum estarmos contra o rumo que está a ser tomada e estarmos avulsas vezes em discordância com o líder. Ser de um partido político não quer dizer que tenhamos que ser ovelhas atrás de um pastor, e ir sempre atrás do rumo por ele seguido.

Não podemos num dia estar a favor e no outro estar contra o PSD e, na minha opinião, apoiar uma lista contrária à lista apoiada pelo partido da qual somos parte integrante, é sempre, estar contra o partido, nem que tenhamos a maior razão do mundo.

Dizem os estatutos do partido, que um dos deveres do militante é, e passo a citar “Ser leal ao Programa, Estatutos e directrizes do Partido, bem como aos seus Regulamentos”. António Capucho, não o foi, e tenho muita pena disso.

António Capucho deveria ter suspendido a sua militância, antes de integrar uma outra candidatura.
Posto isto, apenas uma conclusão:

Se o partido tomou esta posição com António Capucho, deverá tomá-la também, com todos os militantes que nas autárquicas passadas estiveram nas mesmas circunstâncias.

Espero contudo, que num futuro próximo, António Capucho possa readmitido.

"Saber estar e romper a tempo, correr os riscos da adesão e da renúncia, pôr a sinceridade das posições acima dos interesses pessoais, isto é a política que vale a pena.”
 Francisco Sá Carneiro

Que saibamos todos estar e romper a tempo, sempre que for necessário



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