21 de janeiro de 2009

Governo tem credibilidade "em estilhaços"

O vice-presidente do PSD António Borges acusou hoje o Governo de falta de prudência nas previsões económicas, considerando que a sua atitude "amplifica a crise" e deixou a sua credibilidade "completamente em estilhaços".

Por outro lado, o vice-presidente do PSD disse que o primeiro-ministro, José Sócrates, propõe agora "cortar substancialmente os impostos", o que considerou não ser "para levar a sério", e alegou que no orçamento suplementar "aparecem inúmeras receitas muito difíceis de explicar" sem as quais o défice poderia atingir um valor superior ao herdado pelos socialistas. "Hoje, a credibilidade do Governo para traçar um cenário, preparar um orçamento, dar algumas balizas aos portugueses para que possam melhor reagir à crise está completamente em estilhaços", declarou António Borges à agência Lusa, na sede do PSD. "O Governo vem agora admitir que qualquer previsão e qualquer orçamento pode ter de ser mudado a qualquer instante.
Aqui está como se amplifica a crise, os piores efeitos da crise, como se aumenta a incerteza, como se mina a confiança de todos. Tudo porque, desde o início, o engenheiro José Sócrates nunca quis optar pela prudência, poupando aos portugueses surpresas cada vez mais desagradáveis", acrescentou.

O vice-presidente do PSD reagiu desta forma às previsões da Comissão Europeia divulgadas na segunda-feira, segundo as quais a economia portuguesa vai decrescer 1,6 por cento, o défice vai atingir os 4,6 por cento e a taxa de desemprego os 8,8 por cento este ano. De acordo com as projecções do Governo incluídas no orçamento suplementar apresentado na sexta-feira, a recessão da economia será mais ligeira, correspondente a um decréscimo de 0,8 por cento, o desemprego ficará nos 8,5 por cento e o défice subirá para 3,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). António Borges referiu-se ao documento apresentado na sexta-feira como "a enorme confusão do orçamento rectificativo" e lembrou que "desde o início que a presidente PSD tinha apontado que o orçamento para 2009 não merecia confiança".

Nas declarações feitas à agência Lusa, António Borges disse também que "José Sócrates veio agora falar de gigantescas reduções de impostos para aliviar os portugueses de uma carga fiscal excessiva", considerando que, "vindas de um dos primeiros-ministros que no curto espaço de quatro anos mais aumentou a carga fiscal em Portugal, estas propostas não são para levar a sério". O dirigente social-democrata reiterou ainda a oposição do PSD "aos grandes projectos que não resolvem nenhum problema sério do país e cujo benefício nunca cobrirá o seu gigantesco custo". "Nem mesmo uma situação dramática de crise financeira internacional e de endividamento galopante do país demove o engenheiro José Sócrates ou o leva ao menos a moderar a sua megalomania", criticou.

Segundo António Borges, "ao propor em simultâneo aumentar muitíssimo as responsabilidades financeiras do Estado e cortar substancialmente os impostos, José Sócrates mostra muito bem a ligeireza com que trata das finanças públicas, a facilidade com que transmite mensagens enganosas, a incoerência da sua apolítica económica".

De acordo com o vice-presidente do PSD, "na proposta de orçamento rectificativo agora apresentada aparecem inúmeras receitas muito difíceis de explicar" e que "sem essas receitas extraordinárias o défice estaria muito mais alto, talvez mesmo acima do valor que este Governo herdou quando tomou posse". "Para que serviu então o mandato que os portugueses deram ao PS, tantos sacrifícios e tantas promessas?", questionou. António Borges sublinhou que as propostas do PSD de alteração ao Orçamento do Estado para 2009 foram rejeitadas "porque tinham supostamente custos incomportáveis", defendendo que sabe-se agora que "a derrapagem orçamental é muitíssimo maior" do que esses custos.

Fonte: Agência "Lusa"

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